domingo, 26 de julho de 2009

Um Post-in: a morte e o cinema


Sempre começa com uma lista de filmes que você gostaria de ver; alguns deles você corre ao cinema e assiste ainda na semana da estreia, outros, você aguarda aparecer na locadora, ou na banca de DVD.
Comigo ainda existe um outro processo: compro alguns filmes com temáticas interessantes e guardo para vê-los num contexto específico. Foi assim que reservei três títulos que me surpreenderam com o tema revelado ao longo do roteiro: a morte.
O primeiro filme tem como título original “The bucket list”. No Brasil foi chamado “Antes de Partir”. Tem como atores principais Jack Nicholson, no papel de um empresário e Morgan Freeman, interpretando um mecânico de automóveis. Em síntese, dois homens de meia idade descobrem, ao mesmo tempo, que estão doentes de câncer e que não existem grandes expectativas de cura. Há uma possibilidade apenas: aproveitar cada momento que existe para realizar todos os sonhos e desejos que alimentaram durante sua vida; desejos e sonhos estes que não puderam ser concretizados pelos esforços junto à família ou na construção da carreira.
Inicialmente o espectador percebe que a trama da história é tecida no sentido de apontar a importância de realizar nossos desejos pessoais, respeitando nossa individualidade, entretanto a surpresa que nos aguarda reforça o valor de viver nossas relações da melhor maneira possível.
O segundo filme que trata do tema morte tem um enfoque no altruísmo e na remissão da culpa. “Seven pounds”, ou “Sete vidas” mostra o drama de Ben Thomas, interpretado por Will Smith, e a sua jornada para a redenção de um erro fatal envolvendo as vidas de sete pessoas. O drama é revivido em flashes, que aguçam a curiosidade do expectador, ao mesmo tempo que, revelam a fragilidade da condição humana diante de situações adversas.
A força desta produção encontra-se na capacidade de nos fazer refletir sobre a perda e o apego, como também nos mostra um outro caminho para a consolação: doar-se integralmente ao outro, não importa quem o seja. É de encher os olhos e o espírito.
E finalmente, “Dead like me- Life after death”, no Brasil foi lançado com o título “Dead like me- A morte lhe cai bem”. O enredo mostra a história de pessoas mortas que atuam enquanto ceifadores, ou coletores de almas e das problemáticas que lhes atingem quando elas esquecem de cumprir sua missão: fechar o ciclo de vida das pessoas.
No início do filme existe uma explicação sobre o surgimento da vida baseada no criacionismo, além de uma versão mítica para justificar o aparecimento da morte na terra. Entretanto, ao longo da trama a lei de causa e efeito é apresentada.
Como no filme “The Bucket list”, “Dead like me” nos chama atenção para a nossa responsabilidade perante a vida e o quanto devemos cultivar as nossas relações antes que os ceifadores cheguem. A personagem principal George Lass pergunta para um jovem candidato à uma vaga na sua empresa: “O que gostaria de fazer antes de morrer?”, e a sua resposta prosaica demais nos alerta para o bem viver e o bem fazer. Esse é o desafio de todos nós. Depois de ver estes filmes acredito que para a morte deixaremos um post-in: volte quando tivermos vivido o bastante.

Nenhum comentário:

Dia de Reis e os sentidos desse evento para nossa história

 Dia de Reis Magos e os sentidos desse evento para nossa história Está escrito no Evangelho de Mateus, 2:1, (...) eis que magos vieram do Or...