domingo, 30 de janeiro de 2011

Mídia e poder: o que o povo pode ver

Por todo o último século vários teóricos debateram o papel das mídias e a ascensão das novas tecnologias com os seus impactos sobre a vida social, política e cultural.
Desde a Escola de Frankfurt, até a década de 80, foi grande a discussão sobre a influência dos meios de comunicação na vida social e o quanto os mesmos podem ser utilizados enquanto ferramentas para implantação de ideologias e o controle político das massas.
A própria história do século passado nos conta sobre o uso que governos autoritários, (e aqui estou pensando nos regimes de extrema-direita, na ditadura do Estado Novo no Brasil, no Regime militar implantado em 64) fizeram de diferentes meios (como o rádio, o cinema e a televisão), para controlar as massas e incutir os ideais do sistema.
O século XXI inaugurou uma nova fase da história, a chamada era do acesso, na qual palavras como convergência e interatividade são comuns dentro da sociedade da informação. Mas, qual é a qualidade da informação que recebemos em nossa sociedade?
Durante muito tempo discutiu-se sobre a qualidade dos produtos culturais, numa crítica muito dura à cultura de massa, entretanto, quando vemos atualmente a diversidade de programas e formatos que são transmitidos pelas diferentes mídias, tanto pública quanto aberta, podemos dizer que uma parcela considerável da sociedade pode escolher que tipo de informação, entretenimento e lazer deseja encontrar nos meios de comunicação.
Acompanhando o raciocínio, se hoje dispomos de mais qualidade nas mídias abertas e nas mídias pagas porque as pessoas continuam acompanhando a patética encenação de pseudo-celebridades numa casa fictícia? Porque reality shows vazios de qualquer conteúdo ou inovação prendem milhões de pessoas diante da televisão e ainda fazem as mesmas discutirem em outras meios, como a internet sobre os acontecimentos criados dentro da realidade inventada?
Tenho lido sobre políticas públicas para a televisão e visto alguns esforços para estimular produções originais, mais educativas e que dizem respeito à nossa diversidade étnico-cultural, entretanto por mais que saibamos do crescimento de uma TV pública de qualidade, ainda é grande o percentual de pessoas que desprezam esta informação e se envolvem com o material de péssima qualidade que é produzido pela cultura de massa.
E a cultura de massa é a vilã desta história? De forma alguma, no capítulo Cultura de massa ou democratização da cultura, do seu livro  O mito da cultura de massa, Alan Swingewood, nos esclarece sobre a problemática central para nossa discussão: o colapso da sociedade civil e domínio do estado sobre os meios de comunicação e cultura.
De fato, os baixos índices na educação brasileira e os diversos problemas sociais que acometem os vários setores da sociedade nos mostram que a sociedade é frágil e que as relações humanas são cada vez mais líquidas. O estado ainda concentra o controle sobre vários meios de comunicação e as concessões continuam privilegiando setores conservadores da sociedade e a classe de políticos.
E o que podemos concluir? mídia e poder andam juntos e escolhem o que o povo despreparado e alienado pode ver.

Dia de Reis e os sentidos desse evento para nossa história

 Dia de Reis Magos e os sentidos desse evento para nossa história Está escrito no Evangelho de Mateus, 2:1, (...) eis que magos vieram do Or...