quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Tiros em Newtown

A vida das crianças da Escola Elementar Sandy Hook em Connecticut nunca mais será a mesma após a tragédia envolvendo o assassinato de estudantes, funcionários e professores por um jovem que se dizia anarquista e comunista.
Na verdade, esse tipo de tragédia se repete na história norte-americana há muito tempo, mas apenas no ano de 1999, quando dois adolescentes dispararam tiros contra estudantes e professores no Instituto Columbine, no estado do Colorado que a mídia chamou atenção para esse fato.
O cineasta e diretor Michael Monroe produziu o premiado documentário Tiros em Columbine, no ano de 2002, apresentando alguns argumentos para o excesso de violência entre os jovens, um deles como resultado da permissividade sobre o uso de armas dentro da cultura dos Estados Unidos.
Enquanto o mundo assistiu chocado o ataque aparentemente sem  motivo, esqueceu de lembrar que desde a guerra pela independência das 13 colônias que a população dos Estados Unidos ganhou o direito de portar armas e que a mesma protesta com muita força contra a ideia de perder esse direito adquirido na época da luta contra os ingleses. A independência norte-americana foi reforçada pelo espírito de liberdade e auto-defesa e mesmo depois de tanto tempo, é nisso que sua população quer se apegar, enquanto mais crianças, adolescentes e adultos darão a sua vida em nome de um poder paralelo que cresce e lança seus tentáculos doentes e frios sobre aqueles que não esperavam a tempestade de balas. 
Essa é a hora para o Presidente Barack Obama mudar a lei de porte de armas e combater a onda de violência juvenil que toma conta de seu país há muito tempo, caso nada mude, ainda haverá muitos tiros em Newtown ou em qualquer outra cidade estadunidense. Não há ação terrorista maior do que essa.

http://muftah.org/mourning-my-neighbors-newtown-ct-and-the-terror-within/

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Reflexões históricas sobre a educação feminina


 Atualmente as mulheres lideram as estatísticas do grupo mais escolarizado do país, principalmente na zona urbana. Meu artigo tem por objetivo discutir como chegamos a esse nível e quanto ainda é necessário para que nos livremos das amarras impostas pelo patriarcalismo, machismo e preconceito. 

Retrato de Emma Hamilton. Joshua Reynolds.


A escolarização feminina passou a ser defendida a partir de seu engajamento político nas revoluções do século XVIII e no século seguinte, filósofos como Marx, Engels e Stuart Mill defendiam a educação da mulher patrocinada pelo Estado. No final do século XIX e começo do século XX, as mulheres começam a luta política pelos seus direitos trabalhistas e civis e iniciam um forte movimento que resultou na sua inserção no sistema educacional e no reposicionamento no mercado de trabalho, entretanto, ainda como uma cidadã de segunda classe.
 Podemos afirmar que a escola nova integrou definitivamente a mulher na escola e desde então, sua presença cresceu expressivamente, mas ainda presa a muitas amarras sociais.
No Brasil, a educação feminina no período colonial era reservada para as moças educadas nos conventos, não existindo qualquer tipo de educação formal voltada para as meninas. Apenas em 1808 são abertas as primeiras escolas leigas voltadas para educação das filhas da elite. Havia também a possibilidade de se contratar uma preceptora para educar a menina embaixo dos olhos do pai. No ano de 1846 é fundada a 1ª Escola Normal de São Paulo, mas apenas em 1875, as mulheres ganham o direito de frequentá-las. Entretanto, é ainda no final do século XIX que a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro aceita a matrícula da primeira mulher, no ano de 1881.
No começo do século XX, poucas meninas e moças tem acesso a qualquer tipo de ensino, apenas na década de 1930, época da divulgação do Manifesto dos Pioneiros da Educação, algumas mulheres começam a frequentar os cursos universitários. Até os anos 50, muitas terminam o ensino médio.
A construção de estereótipos é realizada na família, na escola, na religião, nos meios de comunicação de massa, nas leis, na literatura e na profissão, por essa razão, não é a escola o único espaço de reprodução das desigualdades sociais. Da segunda metade do século XX até os dias atuais, as mulheres continuam insistindo em sua escolarização e de suas filhas, mas permanecem os antigos problemas, como a discriminação salarial, o preconceito e a violência simbólica exercida nos espaços de trabalho.
Segundo Aranha (1990:96), o processo de inferiorização da mulher é muito antigo e bastante marcado pela persistência de três sistemas de dominação: o racismo, o patriarcalismo e o capitalismo. Hoje é preciso rever esses conceitos e aprimorar a luta pela igualdade dos sexos não apenas na forma da Lei, mas através de uma educação que ultrapasse as antigas barreiras e forneça à mulher não apenas uma educação de qualidade, mais qualidade de vida e de oportunidades.

Esse artigo faz parte de meus estudos sobre o processo de educação no Brasil. Favor citar da seguinte forma: MENDES, Andreia Regina Moura. Reflexões históricas sobre a educação feminina. Disponível em:www.historiandoantropologicamente.blogspot.com. Acesso: data de leitura.

Dúvidas? @AndreiaReginaBr

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Parnamirim: vocação para aviação


É inegável que a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial oportunizou importantes transformações no país durante o governo Vargas. No Rio Grande do Norte, o conflito propiciou o surgimento da Base Aérea de Parnamirim Field, pela conveniência estratégica dos Estados Unidos.

Outro aspecto importante foi a formação da cidade de Parnamirim, que difere do contexto de origem das demais cidades brasileiras por sua  fundação está associada à instalação de uma pista de pouso e posteriormente da base e do  aeroporto durante os efetivos de guerra.
—E como tudo começou? Ainda nas décadas de 1920 e 1930, —a aviação comercial transoceânica iniciou sua expansão e uma empresa francesa através da companhia Aeropostale (antiga Latécoère, atual Air France) escolheu o Brasil para ser cabeça de linha do empreendimento na América do Sul
http://sterlingnumismatic.blogspot.com.br/2010/11/latecoere-aeropostale-air-france-ii.html


Uma área próxima da capital Natal, acabou sediando o campo de pouso devido sua localização geográfica na “esquina do continente”.

—Nomes de destaque destas primeiras viagens são Paul Vachet, Deley e Fayard que chegaram em Natal em 17 de julho de 1927 para encontrar uma área adequada à instalação de um aeródromo.
Assim, —com o auxílio do coronel do exército Luís Tavares Guerreiro, os franceses encontraram o tabuleiro de Parnamirim, próximo à uma lagoa.
http://www.fundacaorampa.com.br/af_parna.htm





Para a construção do campo de pouso, uma mão-de-obra migrou em grandes levas dos pequenos povoados próximos da  área, como Passagem de Areia, Taborda e Água Vermelha. Desta forma, a formação de Parnamirim enquanto núcleo populacional ocorreu a partir das migrações oriundas das regiões circunvizinhas, com o objetivo de encontrar ocupação na construção do aeródromo.
—A pista foi inaugurada incompleta em outubro de 1927. O primeiro avião que pousou foi o Nugesseet-coll, pilotado por Joseph Le Brix e Diondonne Costes. O avião Lati 25 estabeleceu a linha aeropostal. A década de 1930 popularizou o campo de pouso em Parnamirim com os famosos reides aéreos e anunciaram a vocação daquele povoado para a aviação comercial e depois militar.

http://tokdehistoria.wordpress.com/2012/11/22/
Esse texto faz parte de minha pesquisa de bacharelado desenvolvida no curso de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, é expressamente proibida sua reprodução sem os devidos créditos. Favor citar: MENDES, Andreia Regina Moura. Parnamirim: cidade aeroportuária. Natal: UFRN, 2000. Monografia de graduação.

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