domingo, 9 de outubro de 2016

O CAMINHANTE PELA PAZ

O século XX foi marcado pela vida e obra de vários expoentes da civilização humana, sejam eles cientistas, estadistas, escritores ou homens e mulheres comuns que fizeram algo de extraordinário pela sociedade. Entretanto, nenhum deles viveu tão intensamente o esforço pela paz do que Mohandas Karamchand Gandhi, mais conhecido como “grande alma” ou Mahatma Gandhi.
Gandhi entrou para a história como um grande pacifista e líder religioso, pregando o princípio do Satyagraha, um caminho de busca da verdade, baseado na não-violência e não-agressão. Segundo Gandhi: “A minha vida é um todo indivisível, e todos os meus atos convergem uns nos outros; e todos eles nascem do insaciável amor que tenho para com toda a humanidade”.
Para entender melhor a sua trajetória, precisamos do auxílio da História para compreender os contextos que o mesmo viveu e atuou. Nascido na Índia em 1869, parte do domínio britânico, Gandhi cursou direito em Londres e após formado, aceitou um emprego de advogado na África do Sul. Foi justamente a partir dessa experiência que ele percebeu o quanto a desigualdade e injustiça afetavam a vida dos hindus. A África do Sul foi então seu primeiro laboratório na luta pelo reconhecimento de direitos de uma minoria em um país estrangeiro.
Anos depois, retornou para a Índia e se envolveu com as tensões religiosas entre hindus e muçulmanos. O conflito entre o politeísmo e o monoteísmo islâmico já havia feito muitas vítimas e Gandhi pensava em uma maneira de encontrar a harmonia na convivência entre os dois grupos. Assim, no ano de 1914, criou então sua primeira campanha pela paz para apaziguar os dois lados.

Porém, enquanto eclodiram conflitos religiosos em todo o país, o Império Britânico aumentou os tributos e taxações, prejudicando a vida dos mais pobres. Diante do cenário político, Gandhi decidiu colocar em prática seu plano de resistência ao domínio dos ingleses, fortalecido pelo princípio do Satyagraha e defendendo formas de resistências pacíficas contra o controle colonialista como greves, passeatas, jejuns e retiros espirituais, pois como afirmou o próprio Mahatma: “Só podemos vencer o adversário com o amor, nunca com o ódio”.
A postura de Gandhi e de seus seguidores foi atacada duramente pelas autoridades britânicas e o mesmo foi preso diversas vezes durante seus protestos pacifistas, mesmo assim, estava disposto a dar sua vida pela justiça, igualdade e paz. Em suas reflexões afirmou que: “Unir a mais firme resistência ao mal com a maior benevolência para com o malfeitor. Não existe outro modo de purificar o mundo”.
A ação refletida de Gandhi mostrou que sua práxis foi alicerçada em diferentes conhecimentos oriundos de diversas tradições, desde o Bragavad-Gita, o Evangelho de Jesus Cristo e o Alcorão. Mahatma também estudou Thoreau para aplicar o conceito de Desobediência Civil em sua luta pela justiça e paz. Sendo considerado o fundador da Índia moderna, sua influência inspirou grandes líderes como Martin Luther King na luta com o racismo nos Estados Unidos da América e Nelson Mandela, líder sul-africano que lutou bravamente contra o sistema do Apartheid em seu país.

As lições que Gandhi nos reserva nos dias atuais são muitas, desde o amor universal, o perdão, a busca pela paz e justiça entre os povos. Ele fez da sua vida um exemplo de amor e de pacificidade para com os inimigos, pois segundo Mahatma: “Não existe caminho para a paz, a paz é o caminho”. Imbuídos de sua inspiração, preguemos sempre a harmonia, na certeza de que os brandos e pacíficos agradam ao Mestre Jesus que nos pede acima de tudo para amar ao próximo como a nós mesmos, mesmo o próximo sendo nosso ofensor.

Muita paz.

Referências bibliográficas:
KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. 124. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Capítulos IX, XI, XII.
LELYVELD, Joseph. Mahatma Gandhi e sua luta com a Índia. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
Mahatma Gandhi. A única revolução possível é dentro de nós. E-book. Disponível em: http://www.elivros-gratis.net/baixar-livros-gratis.asp. Acesso em 02/09/2016.
MAOMÉ. O Alcorão. 9. ed. Rio de Janeiro: BestBolso, 2015.
SWAMI, Chandramukha. Bragavad Gita em poucas palavras. Rio de Janeiro: Santuário, 2011.
THOREAU, Henry David. A desobediência civil. Tradução: Sérgio Karam. Porto Alegre: L&PM,1997.

 Artigo publicado no Jornal O Seareiro, edição especial, setembro de 2016.



Que tipo de pai o mundo precisa?

Olá queridos e queridas, quanto tempo! 
Andei sumida mais uma vez.
Vou começar hoje compartilhando uma apresentação que fiz para o dia dos pais para a Seara Espírita Francisco de Assis. Produzi uma reflexão e apresentei para a plateia presente na reunião pública.
Espero que gostem. Boa leitura!

Que tipo de pai o mundo precisa?

É certo que desde que a sociedade humana se estabeleceu no planeta terra, muitos espíritos se reuniram em nome do afeto ou do acaso na tarefa de ser pai.
Ora, já nos dizia Divaldo Franco e Joanna de Ângelis que a paternidade é missão tão importante quanto a maternidade.
Assim, é preciso nos dias de hoje se inspirar em bons exemplos que nos mostrem o quanto pode-se ser um bom pai. O modelo então que mais influência nos deixou foi do pai de Jesus, o carpinteiro José. E todos os homens podem ainda nos dias de hoje seguir seu exemplo:

* Aceitar o filho tão diferente de si na carne e no espírito.







* Planejar o futuro, tendo em vista a segurança e desenvolvimento do filho.



* Ser afetuoso, ter tempo para brincar e sorrir ao lado do filho.






* Mostrar o valor da Lei de trabalho para que cresça responsável e comprometido.





* Orientar nos estudos e apoiar nas dificuldades.



* E quando chegar a hora de retornar para o plano espiritual, compreender que cumpriu sua missão criando homens e mulheres de bem.



Muita paz e alegria!
Andreia Regina

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