No ocidente é comum a crença de que a sexta-feira 13 seja um dia de agouro, má sorte e tristeza. Crescemos acompanhando o quanto as pessoas temem esse dia e também acompanhamos a apropriação que a cultura de massa, representada aqui pelo cinema, produz em torno dessa data, como o já considerado clássico filme dos anos 80, Sexta-feira 13. Na cultura popular, os contos infantis europeus oferecem um bom exemplo com a história da princesa que é amaldiçoada no berço pela 13ª fada e cai num sono profundo: A bela adormecida.
Entretanto, o que a maioria das pessoas desconhece é a simbologia por trás desse número e que é interessante conhecer. Eu mesma posso dizer que comecei a minha vida profissional sob os auspícios de uma sexta-feira 13, precisamente, dia 13 de março de 1992. Foi nessa data que comecei a trabalhar no Banco do Brasil e até hoje sou grata por aquele dia de sorte. Mas o número 13 tem de fato uma conotação bem particular na maioria das sociedades tradicionais e modernas.
Voltando ao seu simbolismo, Brenda Mallon, no seu livro Símbolos Místicos, afirma que a atribuição de azar para o número remonta aos tempos de Jesus Cristo, pois após sua morte, muitas pessoas associaram o seu destino ao fato de treze pessoas estarem sentadas à mesa para a última ceia. É também forte a relação criada entre o número e o discípulo Judas Iscariotes.
Para Mandred Lurker, em sua obra intitulada Dicionário de Simbologia, a crença que o número 13 enquanto signo do azar é comum em sociedades que possuem o sistema duodecimal, ou seja, dividem o dia em 12 horas e consideram esse número como perfeito, logo, o número 13 quebra com essa qualidade e se torna o seu oposto: o número da imperfeição, do erro, do mau agouro. Os chineses antigos tinham um 13º mês em seu calendário e o chamavam de "senhor dos apuros".
Entretanto outros povos viram qualidades positivas nesse número. Um bom exemplo é dos etruscos, povo que havitava a península itálica antes da ascensão dos latinos. Dentro do seu sistema de crenças, havia 6 pares de divindades que se tornavam perfeitas com a adição de um 13º deus, Tin, o celeste.
Um outro exemplo fornecido por Lurker vem da tradição religiosa judaica. Na cabala, uma parte mística do sistema religioso judaico, existem 13 fontes celestes e 13 portões de misericórdia. O mais importante rito de passagem entre os judeus, o bar mitzvá acontece quando o menino chega a idade de 13 anos.
Para finalizar, não podia esquecer as tradições religiosas da América pré-colombiana. Os maias, povos que habitaram a península de Yulcatã e parte do México, acreditavam que havia 13 deuses celestes que correspondiam às treze esferas celestes. Ou seja, para eles, o 13 sinalizava para o triunfo das forças do bem contra o mal. Agora, cada um pode decidir se a sexta-feira 13 é sorte ou azar seu.
Esse blog foi criado em 2007 com o nome de Clube de Clio. Agora ele ganhou um novo título e outro endereço para marcar melhor meus pertencimentos e interesses de ensino, pesquisa e escrita. Os esquemas explicativos, resumos e resenhas de livros utilizados nas aulas são o foco da produção, mas também vai encontrar resenhas, artigos de opinião, críticas de filmes, orientações metodológicas e ensaios. É um prazer ter você aqui e sinta-se à vontade.
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