A década de 1970 marcou uma mudança no paradigma que vigorava no mundo desde a guerra de 31 anos, como chama Eric Hobsbawm os dois conflitos mundiais. O avanço da tecnologia e da informática forjou o paradigma sócio tecnológico que vivemos atualmente. A informática, a genética, a nanotecnologia são algumas áreas de vanguarda nessa mudança, entretanto, todos os outros setores da sociedade foram atingidos pelas transformações, ainda em curso. Lendo Pierre Lévy e pensando que sua obra foi produzida no final da década de 1990, temos a impressão que o filósofo teve uma visão extremamente acertada sobre um futuro muito próximo e que hoje já é o nosso presente.
Pierre Lévy. Fonte: www.revistacult.uol.com.br |
Minha atual preocupação é como a nova geração está sendo educada dentro deste novo paradigma. Como dizia Clifford Geertz, a cultura é uma teia de significados e todos nós somos envolvidos por ela. Entretanto, toda cultura tem códigos e uma linguagem própria e precisamos ser educados e formados dentro dos novos conceitos.
A cibercultura inaugurou uma fase de convergência que transformou a realidade a nossa volta. As mídias estão cada vez mais integradas e a sociedade desfruta de novos serviços, produtos e inventos que simplificam e aceleram a nossa existência.
E a escola? Como podemos integrá-la dentro desse novo modelo de pensamento? Estou aprendendo a fazer novas perguntas e buscar outras respostas para as minhas novas dúvidas. Atualmente meu foco está sobre o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (PROINFO). Este programa do governo federal tem como objetivo capacitar os professores para aplicarem as novas tecnologias, como a informática, nas suas salas, inserindo os alunos dentro de uma nova cultura: a cibercultura.
Além dos computadores, o programa prever a distribuição de conteúdos educacionais e recursos digitais. No Rio Grande do Norte, o município de Parnamirim tem demonstrado uma atuação bem relevante para levar a formação aos professores e transformá-los em multiplicadores em sala de aula e laboratórios.
No encontro pedagógico da rede municipal de Parnamirim, fui convidada para tratar do tema: Avaliação e trabalho com as TIC's: as novas competências do professor na cibercultura. A palestra teve quase duas horas de duração e contamos com a presença de quarenta e seis professores regentes dos laboratórios de informática.
Todos os professores regentes mostraram-se bem abertos e interessados na temática de nossa discussão e a troca de experiências no final de nosso trabalho demonstrou o quanto o programa é importante.
São muitos os desafios, desde a falta de infraestrutura nos laboratórios de informática de algumas escolas, até a resistência de alguns professores com o uso das novas tecnologias. Entretanto o dilema maior é: não há retorno. A cibercultura é a realidade de cada um de nós e a escola precisa preparar sujeitos emancipados e autônomos para enfrentarem o novo paradigma.
Esse foi meu primeiro contato com os professores regentes, mas espero poder conversar mais e apreender como estes sujeitos sociais estão preparando a nova geração para enfrentar o admirável mundo novo da cibercultura.
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