quarta-feira, 25 de maio de 2011

Se o povo não tem ônibus, que vá de taxi.

O que proponho é fazer um breve paralelo, tendo cuidado com os anacronismos, entre duas populações de duas distintas cidades: Paris pré-revolucionária e Natal grevista.  Ambas sofriam o mesmo mal: eram governados por cabeças ineptas. E como se não bastasse,  apesar das duas cidades possuírem muitas belezas, o seu povo estava entregue aos ratos (Paris) e ao mosquito da dengue (Natal).
Os leitores podem pensar que existem poucos aspectos em comum que ligam as histórias de lugares tão distantes no tempo e no espaço, mas podemos afirmar que tanto os parisienses do século XVIII quanto os natalenses do século XXI possuem o mesmo problema: a  insatisfação com a política local.
Ao contrário dos parisienses, que insuflados pela burguesia, pegaram nas armas e lutaram com sua força para deter os desmandos da dinastia francesa, nós natalenses podemos utilizar de outras armas, tão eficazes quanto as antigas e já ultrapassadas baionetas e canhões. Nossa arma é a mobilização política.
Os franceses revoltosos de séculos atrás reuniam-se no Campo de Marte para discutir a ausência de um diálogo entre o governo e os súditos prejudicados, naquele caso representados pelo 3º estado. E os natalenses? Onde devem se reunir? Em cada rua, cada esquina, cada canto que exija uma ação política eficaz.
Mesmo que tenha sido inventada pelo povo a anedota  que a rainha da França Maria Antonieta, diante dos pedidos do povo por pão, teria dito que comessem brioches, Natal inteira sabe que a prefeita decretou que todos os transportes particulares fizessem um cadastramento para amenizar os prejuízos da população da capital com a greve dos motoristas e cobradores dos transportes públicos. E como a monarca francesa, a prefeita eleita por todas as classes sociais da capital potiguar ri de nossas dificuldades e internamente diz: "Se o povo não tem ônibus, que vá de taxi".

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