segunda-feira, 14 de julho de 2008

O terror à espreita

O dia 11 de setembro de 2001 jamais será esquecido por qualquer povo que viva em países democráticos. Apesar de todo avanço tecnológico e científico que desfrutamos atualmente, assistimos atos que nos chocaram pela agressividade que foram planejados: os ataques terroristas no território norte-americano às duas torres do World Trade Center (Nova Iorque) e ao Centro Militar Americano, o Pentágono (Virgínia).

Ainda não se conhece exatamente o número das vítimas e a totalização dos prejuízos, entretanto algo ficou evidente: os Estados Unidos não é mais inatingível e não há necessidade do mesmo idealizar um escudo antimíssil, chamado pelo presidente George W. Bush de "guerra nas estrelas", quando na realidade, os terroristas seqüestraram aviões comerciais (dois da United e dos da American Airlines) e os lançaram sobre os alvos que representavam o poder econômico e o poderio militar do povo americano; desta forma matando inocentes e ferindo outros milhares.

O que teria motivado um ataque deste impacto aos Estados Unidos? Por que cidadãos nova-iorquinos, tão distantes dos centros de poder, sofreram os atentados? Quais os riscos que estamos correndo? Qual posição o Brasil tomari em caso de conflito mundial?

Estas questões me foram feitas e, lendo o Jornal Folha de São Paulo pude compreender que estamos diante de uma das maiores crises globais. Esta tensão é resultado direto do imperialismo americano e do status de superpotência que o mesmo alcançou, após a Segunda Guerra, muitas vezes, tripudiando sobre os países de economia mais frágil.

A iminência de um conflito mundial não pode ser descartada, basta lembrar que a entrada dos Estados Unidos na II Guerra Mundial deu-se, após o bombardeio aéreo dos Kamikases japoneses à base militar do Pacífico de Pearl Harbour.

O furor que o governo vai investir contra os responsáveis pelos atentados não pode ser desconsiderado; é só levar em consideração todos os esforços bélicos dos norte-americanos em conflitos que não lhe diziam respeito, como o Vietnã e o Golfo.

O governo americano não compreendeu as razões dos ataques, entretanto tem esquecido o quanto o processo de globalização coontribui para aprofundar as desigualdades regionais, disseminando a miséria, a fome e o fanatismo religioso em países pobres e dependentes de um sistema injusto e corporativista.

Como conseqüências imediatas devemos esperar uma profunda recessão na economia americana como também em todos os países que dependem de suas políticas econômicas. Além do mais, o preço do barril do petróleo já disparou e o dolar continua a subir, não tardará para sentirmos os efeitos no Brasil.

Devemos abolir a prática terrorista e procurar anular sistemas que propiciem todo tipo de escravidão cultural. Porém, como fazer isto se o próprio regime imposto pelos americanos permite a generalização da ignorância? De fato, ou os americanos revêem suas posturas econômicas e sócio-culturais para os demais países e abandonam sua pose de egocentrista ou o mundo mergulhará no mais sombrio conflito já visto pela humanidade, talvez o último.
* Artigo publicado no Jornal de Hoje/Opinião. Natal- sábado/domingo, 22 e 23 de setembro de 2001.

Nenhum comentário:

Dia de Reis e os sentidos desse evento para nossa história

 Dia de Reis Magos e os sentidos desse evento para nossa história Está escrito no Evangelho de Mateus, 2:1, (...) eis que magos vieram do Or...