sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Dia de Reis e os sentidos desse evento para nossa história

 Dia de Reis Magos e os sentidos desse evento para nossa história


Está escrito no Evangelho de Mateus, 2:1, (...) eis que magos vieram do Oriente”.

Esses magos foram traduzidos como Reis, quando na etimologia da palavra mago, vem de magu em persa, que significa sacerdote ou classe sacerdotal. A antiga Pérsia é atualmente parte do Irã, na região do Oriente Médio.

Então se eles não era reis, eram sacerdotes que foram guiados por uma estrela até o local de nascimento de Jesus, na cidade de Belém.

Na iconografia vemos os três magos representados como um jovem, um adulto e um ancião e também com características dos três continentes conhecidos, a África, a Europa e a Ásia. Essas representações também são importantes de se destacar, tendo em vista que elas comunicam que os ensinamentos de Jesus são para todas as idades e todas as terras.

Já sobre os objetos que os magos oferecem para o menino divino, temos o ouro, como referência a sua realeza, o incenso destacando sua origem divina e por fim a mirra, que aponta para seus suplícios e destino da ressurreição.

Assim, os objetos ofertados revelam as dimensões de um ser que reúne em si o sentido da trindade. E aqui mais uma vez, uma simbologia carregada de força, o número 3 e suas vastas interpretações.

Os magos seguem uma estrela. A estrela é rica de forte simbolismo em várias culturas, tendo em vista que a mesma representa um guia, orientação divina e sinal de conhecimento. O próprio Jesus foi designado de “estrela da manhã”. A estrela seria um cometa? Não temos como atestar, mas ela surge no céu como símbolo do divino que se encarna na terra.

Para nós, povo norte-riograndense, a data de hoje marca o início da colonização portuguesa com a construção da primeira construção batizada de Fortaleza dos Reis Magos, desde 1598 e que lançou as bases para fundação de nossa capital, em 25 de dezembro de 1599.

Para caracterizar esse texto, escolhi essa pintura portuguesa de Vasco Fernandes e Francisco Henriques (1501-1506) e que retrata um indígena brasileiro como um dos magos que visita Jesus em Belém. 

A escolha da tela é para lembrar quem estava aqui antes e que não pode ser jamais esquecido.

Diante disso, desejo que esse novo tempo que começa seja marcado pela riqueza de sentidos que essa data de hoje nos revela. Que possa ser um tempo de autoconhecimento, orientação divina e acima de tudo de muita proteção para todos e todas.

Que a união seja nosso cimento e que possamos trabalhar para o bem da sociedade.

Andreia Regina Moura Mendes

06/01/2023

Crédito da imagem: Museu Nacional Grão Vasco, Viseu.




sábado, 3 de dezembro de 2022

Final do ano: Em busca de sentido

 Final do ano: em busca de um sentido.

Quando chega o final do ano, muitas pessoas acabam se sentindo mais tristes e melancólicas, seja por causa de perdas sofridas ou até mesmo pela incapacidade de encontrar um propósito para definir o ano que passou e o que virá.

É algo que está presente em todas as camadas sociais e faixas etárias e revela a dificuldade de muitas pessoas em entender o sentido da responsabilidade sobre sua própria existência.

Foi o psiquiatra judeu Viktor Frankl quem melhor se debruçou sobre a falta de sentido que os sujeitos sentem e após sua experiência pessoal dolorosa em um campo de concentração durante a ascensão da extrema direita na Alemanha, ele pôde construir uma teoria que explica a relevância de todo mundo buscar o sentido para a sua própria vida.

Para Frankl, encontrar o sentido da própria existência é uma busca interna e que pode ser alicerçada a partir do otimismo e pela crença na vida. Dizer SIM para a vida é essencial para que possamos desfrutar o hoje e nos afastar do fio da morte.

E como é possível o encontro com o sentido? Para o médico, ter um alvo no futuro é fundamental, mas devemos lembrar da nossa finitude e ressignificar cada oportunidade, aproveitando o presente.

Desta forma fica evidente que a busca pessoal pelo sentido deve ser a primeira motivação de nossas vid as.

E quando o sofrimento chega? Primeiro precisamos lembrar que sofrer é condição de nossa existência, mas a forma como reagimos ao sofrimento é que define se estamos doentes ou apenas frustrados.

E dito isto, vale destacar que a responsabilidade pelo nosso bem estar é essencialmente nossa, por isso que devemos saber identificar os sinais que nos mostram quando estamos adoecendo e buscar a ajuda especializada ou o suporte mais adequado para cada situação dolorosa que estamos vivendo.

Ter um sentido para a vida é condição para nossa humanidade e assim necessitamos decidir qual monumento estamos construindo para a nossa existência.

Viktor Frankl revela que ser uma pessoa livre também exige que sejamos responsáveis sobre nosso bem estar, e mesmo sendo paradoxal, é fundamental que a gente compreenda que no nosso horizonte, sempre haverá dor, culpa e morte. Mas cabe a cada um de nós decidir como reagir diante de cada elemento dessa tríade da existência humana.

O vazio existencial é como um ímã e pode nos arrastar para a depressão, para a agressividade ou até mesmo para as drogas, e aqui entendam tudo que pode lhe prejudicar e estragar seus relacionamentos. Daí a relevância da gente construir um relacionamento mais afetuoso conosco e cuidar de nossas prioridades, porém pensando no propósito da gente existir nessa linha do tempo ao lado dos que estão na caminhada.

Então, se a tristeza bater na sua porta neste mês considerado cheio de esperança para muitos, busque observar a origem desse sentimento e caso ela se mostre apenas uma camada de algo mais profundo, busque caminhos, parceiros e curas para assim seguir fazendo o seu melhor, hoje em 2023 e sempre.

Forte abraço.

Andreia Mendes

Referência:

Obra- Em busca sentido de vida.

Autor: Viktor Frankl.

Editora: Vozes


quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Como podemos celebrar o Bicentenário da independência do Brasil?

Como podemos celebrar o Bicentenário da Independência do Brasil?
No ano de 2022, o Brasil celebra o bicentenário da sua independência politica. Este evento teve suas origens nos movimentos políticos e nas revoltas coloniais que exigiam a separação da metrópole portuguesa, como a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana e nas mudanças provocadas na Europa, com o advento de Napoleão Bonaparte e sua politica expansionista, o que obrigou a Corte Portuguesa a se transferir para sua colônia na América, dando início ao processo de emancipação do nosso país, com a abertura dos portos às nações amigas e elevação do Brasil à categoria de Reino Unido à Portugal e Algarves.  
Foram muitas as transformações políticas, econômicas e culturais vivenciadas pelo país, a partir do ano de 1808, especialmente na cidade do Rio de Janeiro que se transformou na segunda capital do território, durante a permanência do então rei Dom João VI e sua família.
Mesmo com a presença da Corte portuguesa, os brasileiros permaneceram no sonho da independência através dos movimentos sociais que deram origem à Revolução de 1817, com a participação ativa da província do Rio Grande do Norte, nas figuras de André de Albuquerque e Maranhão e do Padre Miguelinho. Porém com a derrota de Napoleão Bonaparte e o restabelecimento das antigas monarquias europeias, criou-se um movimento em Portugal que exigiu o retorno do Rei, que indicou seu filho Pedro de Alcântara para permanecer como príncipe regente do nosso território.
Com as pressões para retorno do príncipe regente para Portugal, o mesmo decidiu permanecer e declarou no dia 09 de janeiro de 1822, o Dia do Fico, selando dessa forma a ruptura com o desejo das cortes portuguesas que almejavam colocar em prática o projeto de recolonização do Brasil. A declaração da independência política de Portugal veio com o marco do evento ocorrido nas margens do riacho do Ipiranga, na então província de São Paulo e que consolidou a ruptura com a antiga metrópole e o início de nosso processo de emancipação política e nascimento de uma nova nação.
 Como exposto acima, o processo de independência do Brasil se consolidou através de décadas de lutas, da atuação de diferentes sujeitos sociais e de movimentos políticos, além da consolidação de um projeto encabeçado por Dom Pedro I juntamente com as elites nacionais da época.  Neste Bicentenário da Independência do Brasil, é tarefa nossa tratar dessa construção através do desenvolvimento da consciência histórica, procurando problematizar o evento da independência do Brasil, na perspectiva de se elaborar uma compreensão crítica deste importante evento.

Referências bibliográficas:
FERREIRA, Marieta de Moraes. OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. Dicionário de ensino de história. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2019.
PRIORE, Mary Del. VENÂNCIO, Renato Pinto. O livro de ouro da História do Brasil. Do descobrimento à globalização. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
REZZUTTI, Paulo. D. Pedro IV. A história não contada: o homem revelado por cartas e documentos inéditos. Alfragide, Portugal: Casa das Letras, 2016.
SILVA, Kalina Vanderlei. SILVA, Maciel Henrique.  Dicionário de Conceitos Históricos. 3. Ed. São Paulo: Contexto, 2013.

domingo, 24 de novembro de 2019

O Regime Militar

O Regime Militar
9º Ano
Professora Doutora Andreia Mendes

ATO INSTITUCIONAL Nº1 E A REPRESSÃO


AI-1: decreto de 9 de abril de 1964.
Manutenção da Constituição de 1946 com várias modificações.
Funcionamento do Congresso.
Deslocamento do poder para outras esferas.
Violação dos princípios básicos democráticos.
Regime não assumiu sua feição autoritária.
Suspensão temporária dos direitos civis.
Cassação de mandatos em todos os níveis e suspensão das imunidades parlamentares.
Instalação de Inquéritos Policial-Militares (IPMs).
Perseguição aos opositores do regime: prisões e torturas.
Possibilidade de uso do habeas corpus.
Relativa liberdade de imprensa.
Invasão e incêndio da  sede da UNE: dissolução e atuação na clandestinidade.
Invasão da UNB.

Repressão violenta ao movimento das Ligas Camponesas:  intervenção em sindicatos, federações de trabalhadores e prisão de dirigentes sindicais.
Expurgo de 49 juízes e cassação do mandato de 50 parlamentares.
Afastamento de aproximadamente 1400 pessoas da burocracia civil e 1200 as Forças Armadas.
Criação do Serviço Nacional de Informações (SNI), idealizado por Golberi do Couto e Silva.

O GOVERNO CASTELO BRANCO

¡  Estabelecimento de eleições indiretas para presidente da República.
¡  Eleição do Gal. Humberto de Alencar Castelo Branco em 15 de abril de 1964.
¡  Ministério composto por grupo ligado a ESG.
¡  Objetivo do grupo castelista: instituir uma         democracia restringida.
¡  Visava modernizar o sistema econômico capitalista.
¡  Conter a expansão comunista e controlar o proletariado urbano e o campesinato.
¡  Promover uma reforma do aparelho do Estado.
¡  Lançamento do PAEG.

O PROGRAMA DE AÇÃO ECONÔMICA DO GOVERNO
¡  Primeiras medidas: redução do déficit do setor público, abertura de crédito privado, compressão dos salários.
¡  Regulação dos gastos dos Estados.
¡  Corte dos subsídios nos produtos básicos, como trigo e petróleo.
¡  Aumento da arrecadação de impostos e introdução de correção monetária.
¡  Medidas para impedir as greves e facilitar a rotação de mão-de-obra.
¡  Fim da estabilidade no emprego após dez anos e criação do FGTS.
¡  Aprovação do Estatuto da Terra para a promoção de uma política agrícola: ausência de qualquer avanço na questão agrária.
¡  Campanha para a exportação de produtos agrícolas e bens manufaturados.
¡  Resultados: redução do déficit público, controle da inflação e crescimento do PIB.
¡  Conclusão: “Foi o regime autoritário que permitiu a Campos e Bulhões tomar medidas que resultaram em sacrifícios forçados, especialmente para a classe trabalhadora, sem que esta tivesse condições de resistir”.(FAUSTO, p. 473).
¡  Controle da dívida externa através da ajuda do FMI  e da Aliança para o Progresso do Presidente Kennedy.

OS ATOS INSTITUCIONAIS 2, 3 E 4
¡  Vitória da oposição nas eleições estaduais de 1965: Guanabara, Minas Gerais, Santa Catarina e Mato Grosso.
¡  A linha-dura optou pela implantação de um regime autoritário de controle dos sistemas de decisões.
¡  Decreto do AI-2 em 17 de outubro de 1965: eleições para presidente e vice-presidente realizada pela maioria absoluta do congresso e de forma nominal. Estabelecimento do voto indireto para governo dos Estados pelas assembleias estaduais (AI-3)
¡  Reforço nos poderes do presidente: para atos complementares ao ato e decretos-leis em matéria de segurança nacional.
¡  Extinção dos partidos políticos existentes.
¡  Organização de apenas dois partidos: Arena e MDB.
¡  Aprovação de uma nova Constituição (AI-4).
¡  O regime implantado em 64 não foi uma ditadura pessoal: o Alto Comando das Forças Armadas realizava a escolha do general para governar o país. O Congresso sacramentava a ordem vinda de cima.

O GOVERNO COSTA E SILVA

¡  Eleição do general Artur da Costa e Silva e do vice Pedro Aleixo.
¡  Costa e Silva representava os anseios dos militares de linha-dura e dos nacionalistas.
¡  O presidente cortou o grupo castelista do ministério, aumentando o número de militares em postos importantes. Exceção de Delfim Netto (Fazenda) e Hélio Beltrão (Planejamento).
¡  Buscou estabelecer pontes de diálogo com a oposição, incentivando ainda a organização de sindicatos e a formação de lideranças sindicais.
¡  Rearticulação da oposição através da hierarquia da Igreja, representada pelo arcebispo de Olinda, Dom Hélder Câmara e do movimento estudantil organizado pela UNE.
¡  Organização da Frente Ampla em Montevidéu por Jango, Juscelino e Carlos Lacerda pela redemocratização do país e direito dos trabalhadores.
¡  Influência dos acontecimentos globais de 68: aumento da mobilização social.
¡  Morte do estudante secundarista Eduardo Luis, no restaurante Calabouço.
¡  Articulação da Passeata dos Cem Mil.
Surgimento de duas greves operárias significativas: Contagem- MG e Osasco-SP.

INÍCIO DA LUTA ARMADA

¡  Grupos de esquerda e a via da luta armada para por fim ao regime militar.
¡  Influências: eclosão de guerrilhas na América Latina e a publicação do livro do intelectual francês Régis Debray: Revolução na revolução.
¡  Formação da Aliança Libertadora Nacional pelo veterano comunista Carlos Marighella.
¡  Surgimento do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) e da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).
¡  Ações dos grupos armados: seqüestros de embaixadores, assaltos a bancos e ataque a depósitos de armas e munições das Forças Armadas.
¡  Reforço dos militares da linha-dura para aumento da repressão aos subversivos: fim da liberalização restrita.
¡  Pretexto para o recrudescimento: discurso do deputado Márcio Moreira Alves-MDB, incentivando o boicote ao desfile de 7 de Setembro.
¡  Solicitação por parte do presidente para os parlamentares votarem pelo fim da imunidade parlamentar: Congresso votou contra a medida.
¡  Instalação do AI-5 em 13 de dezembro de 1968, fechando o Congresso.

O AI-5
¡  Instrumento de uma revolução dentro da revolução, ou uma contra-revolução dentro de uma contra-revolução.
¡  Ato sem prazo de vigência.
¡  Ampliação dos poderes do presidente: fechamento do Congresso, intervenção nos estados e municípios, cassação de mandatos, suspensão dos direitos políticos, demissão ou aposentadoria de servidores públicos.
¡  Utilização de tribunais militares para o julgamento de civis.
¡  Suspensão da garantia de habeas corpus.
¡  Concentração dos poderes na chamada comunidade de informações.
¡  Estabelecimento da censura aos meios de comunicação.
¡  Tortura como parte dos métodos do governo.
¡  Reforço dos grupos da luta armada:  Carlos Lamarca e a VPR.

A JUNTA MILITAR
¡  Afastamento de Costa e Silva em 1969 em função de um derrame.
¡  Impedimento de posse do vice-presidente civil Pedro Aleixo.
¡  Organização de uma junta militar: ministros Lira Tavares, Augusto Rademaker e Márcio de Sousa Melo.
¡  Aumento das medidas formais de repressão e avanço da luta armada urbana: sequestro do embaixador dos Estados Unidos e negociação pela libertação de presos políticos.
¡  Criação da pena de banimento do território nacional pelo AI-13.
¡  Instalação da pena de morte através do AI-14: aplicação de execuções sumárias e morte durante os procedimentos de tortura.
¡  O Cenimar e os DOI-CODI foram os principais centros de tortura do regime militar.
¡  Primeiros bons resultados alcançados na área econômica: reequilíbrio das finanças, incentivo ao crescimento econômico, expansão do crédito, controle dos preços, recuperação do setor industrial, expansão da construção civil.

O GOVERNO MÉDICI

¡  Determinação da eleição de um novo presidente: escolha de Emílio Garrastazu Médici.
¡  Divisão do novo governo em três áreas: militar, econômica e política.
¡  Considerado período mais repressivo da história brasileira.
¡  Declínio da luta armada urbana: eficácia da repressão, desarticulação da “rede de apoio”, isolamento dos grupos armados da massa da população.
¡  Instalação da Guerrilha do Araguaia organizada pelo PC do B: contato com os camponeses: eliminação do foco de resistência em 1975.
¡  Diminuição da oposição legal em função dos resultados econômicos favoráveis, da repressão e da campanha pelo voto nulo.
¡  Incentivo da propaganda positiva ao governo  pela expansão dos meios de comunicação e o apoio da TV Globo.
¡  “A propaganda governamental passou a ter um canal de expressão como nunca existira na história do país”. (FAUSTO,  p. 484).

O “MILAGRE BRASILEIRO”

¡  Período do “milagre” estendeu-se de 1969 a 1973: extraordinário crescimento econômico com redução dos índices inflacionários.
¡  Ampla disponibilidade de recursos.
¡  Crescimento no Brasil de investimentos estrangeiros.
¡  Grande expansão do comércio exterior: aumento das importações e diversificação das exportações, concessão de créditos, isenção e redução de tributos para o setores produtivos.
¡  Aumento da arrecadação de impostos.
¡  Promoção do desenvolvimento capitalista associado com intervenção do Estado em extensa área.
¡  Críticas do FMI pela falta de previsão de controle para a inflação no futuro.
¡  Limitações do “milagre”: excessiva dependência  do sistema financeiro e do comércio internacional, além da necessidade de produtos importados, exemplo petróleo; crescimento do PIB com alta concentração de renda; desproporção entre o avanço econômico e o abandono de programas sociais por parte do Estado; Exploração dos recursos naturais e desalojamento das populações nas áreas de construção das chamadas “obras faraônicas”.



O governo de João Goulart

governo de João Goulart 
9º Ano
Professora Doutora Andreia Mendes

A crise de 1961

•Eleição de Jânio Quadros, candidato da UDN.
•Governo contraditório.
•A renúncia de Jânio e o impedimento de posse do vice-presidente, Jango.
•João Goulart: mal visto pelas forças militares e pela burguesia empresarial.
•Os ministros militares de Jânio elaboram um Manifesto à Nação expondo suas razões para impedir a posse de Jango.
•Identificação do vice-presidente com a “república sindicalista”, com a corrente nacionalista partidária das reformas de base.
•Paralisação nas fábricas, greves, ameaça à Embaixada dos Estados Unidos e empastelamento dos jornais O Globo e Tribuna da Imprensa.
•Ação da censura no estado da Guanabara sobre o Jornal do Brasil e prisão do Marechal reformado Teixeira Lott.
•Tentativas de levantes e insubordinação na Aeronáutica.
•A ala legalista das forças armadas mostra apoio a Jango. O general José Machado Lopes garante o cumprimento da Constituição.
•Criação da (Rede) Cadeia da Legalidade, movimento liderado por Leonel Brizola nos meios de comunicação para garantia de posse do presidente e luta contra a intervenção militar.
O Parlamentarismo


•Aborto do Golpe de 61 e criação do parlamentarismo: “reinaria mas não governaria”.
•Regime parlamentarista instituído por 233 votos contra 55.
•Concessões políticas por parte de João Goulart: adoção do parlamentarismo, neste modelo o congresso nacional e o presidente do conselho de ministros assumiam algumas prerrogativas do poder executivo.
•Indicação de Tancredo Neves (PSD) para o cargo de primeiro ministro: poucos qualificativos e compromissos reformistas.
•Previsão de um plebiscito no qual se confirmaria a manutenção dessa forma de governo.
•Falência do modelo parlamentarista relacionada à paralisia do sistema político.


•Críticas da UDN através de Carlos Lacerda e uso da imprensa contra o presidente.
•Tentativa de Jango de renegociar a dívida externa com Kennedy: impossibilidade de atender aos interesses americanos, como o rompimento diplomático com Cuba, liberdade na remessa de lucros e dividendos, garantias para os investimentos dos Estados Unidos no Brasil.
•Tancredo Neves renuncia ao cargo e Francisco Brochado da Rocha é indicado como novo primeiro ministro.
•A crise econômica  associada com a conjuntura política favorece a luta pelo fim do parlamentarismo
•Apresentação ao congresso da Lei Capanema-Valadares, convocando o plebiscito para 7 de janeiro de 1963.
•No dia 23 de janeiro era revogado o Ato Adicional nº. 4 e o Brasil voltava para a Constituição presidencialista de 1946.

O contexto janguista


•Predomínio da economia industrial a partir do final da II G.M.
•Oposições entre entreguistas e nacionalistas.
•“Sem a reforma agrária a economia brasileira estaria fadada à estagnação ou, então, a uma crescente dependência em relação aos investimentos estrangeiros”.
•Para a realização da reforma agrária, a Constituição previa indenização dos proprietários. Uma emenda poderia alterar a desapropriação, garantindo a reforma: rejeição por parte do Congresso.
•Posicionamento das ligas camponesas e de seu líder Francisco Julião contra o presidente João Goulart.
•Os comunistas enxergavam com bons olhos Jango, defensor da reforma agrária e anti-imperialista.
•Aproximação de Jango com o PCB: última tentativa de uma política moderada.

•Plano previa aumento do crescimento em 7% e a redução da inflação em 10%. Dois terços dos investimentos para o plano eram da iniciativa privada e um terço do Estado. Considerado plano de superfície, pois a estrutura do país não foi alterada.
•Fracasso do plano trienal coordenado por San Thiago Dantas e Celso Furtado: proposta de captação de recursos internacionais, controle nos gastos públicos, aumento do crédito e política salarial.
•Aproximação de Goulart com os trabalhistas liderados por Brizola.
•Inflação, descontentamento popular, greves e críticas.

A preparação para o golpe


•Presidente visto com desconfiança pela elite e Forças Armadas.
•Anúncio das Reformas de Base em 1963;
•Reforma agrária, controle sobre os lucros das empresas estrangeiras, ampliação do direito de voto aos analfabetos, etc.
•Movimentos de camponeses e estudantes pressionando o presidente para as reformas.
•Propostas de Jango ameaçavam grandes interesses internos e externos.
•Aliança entre o setor conservador das igrejas, classe média, empresariado e forças armadas contra João Goulart.
•Deposição do presidente através de um golpe militar apoiado pelos Estados Unidos.
A mobilização para o golpe


•Tentativa por parte do presidente de instalar um estado de sítio.
•Projeto de reforma agrária proposto ao congresso: derrota na bancada.
•Anúncio da nacionalização de refinarias particulares de petróleo e desapropriação de terras com mais de 100 hectares.
•Organização por parte da direita, igreja católica e de associações empresariais de “marchas da família com Deus pela liberdade”.
•Apoio do presidente ao levante dos marinheiros e quebra da hierarquia militar, conduzindo a ala legalista para a oposição.
•Organização do golpe pela UDN através dos governadores Magalhães Pinto e Carlos Lacerda: deposição do presidente em 31 de março de 1964.
•Em 15 de abril o general Castelo Branco assume a presidência da República.




OS GOVERNOS JK E JÂNIO 1955-1961


OS GOVERNOS JK E JÂNIO 1955-1961
9º ANO

Professora Doutora Andreia Mendes

A SUCESSÃO PRESIDENCIAL

Ú  Convocação de eleições para 1955.

Ú  Candidatura do general Juarez Távora pela UDN e do mineiro Juscelino Kubitschek pela aliança do PSD-PTB.
Ú  Propostas da base udenista: combate ao salário mínimo, direito de greve e ensino gratuito: derrota para JK-Goulart.
Ú  Justificativa da maioria dos votos : tentativa de impedimento da posse pelo presidente eleito.
Ú  A corrente legalista do exército garante a posse de Juscelino.
Ú  Apoio militar do general Lott, ministro de guerra por quase todo o governo JK.
Ú  Governo atende reivindicações específicas das forças armadas, plano de soldos e equipamentos.
Ú  Indicação de militares para postos governamentais estratégicos. Exemplo: Petrobras e Conselho Nacional do Petróleo.
50 ANOS EM 5


Ú  Primeiro ano de governo JK: forte oposição da UND e ameaças diversas.
Ú  Posicionamento da UDN contra o retorno do PSD e PTB, de base getulista.
Ú  O PSD representava a força predominante da aliança partidária, possuindo maioria no Congresso e fornecendo o maior número de ministros de Estado.
Ú  Rebelião de Jacareacanga (janeiro de 1956): denúncia de infiltração comunista nos postos militares e de acordos entre o governo e grupos financeiros estrangeiros para a entrega do petróleo brasileiro e de minerais estratégicos.
Ú  Tentativa insurrecional de Aragarças.
Ú  Desfecho das rebelições: ausência de apoio civil, prisão e exílio dos militares envolvidos com o movimento.
Ú  Manifestações públicas em virtude da alta nas tarifas dos bondes, contra a inflação e carestia, herdadas do governo anterior.
O PANORAMA POLÍTICO

Ú  Considerado um período de absoluta liberdade política.
Ú  Inexistência de presos políticos e liberdade de movimentação para os comunistas.
Ú  Fechamento de algumas associações populares como pretexto para a dissolução do Clube da Lanterna.
Ú  Enfraquecimento da ala golpista do exército com a derrota da Cruzada Democrática nas eleições do Clube Militar.
Ú  Apoio dos trabalhadores ao PTB, base aliada juscelista.
Ú  Construção de Brasília.
Ú  Surgimento de vários partidos políticos:
Ú  União Social pelos Direitos do Homem.
Ú  Partido Industrial Agrícola Democrático.
Ú  Partido Nacional Evolucionista.
Ú  Ascensão de Jânio Quadros.
O PROGRAMA DE METAS
Ú  Estabelecimento de 31 objetivos em seis áreas: energia, transportes, alimentação, indústrias de base, educação e a construção de Brasília.
Ú  Criação de órgãos paralelos à administração pública existente ou novas entidades.
Ú  O Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) funcionava como órgão de assessoria do programa de metas.
Ú  A construção de Brasília:
Ú  Projeto de lei aprovado em  setembro de 1956.
Ú  Descontentamento do funcionalismo, pela necessidade de transferência para o Planalto Central.
Ú  Mobilização de grandes recursos e uso da mão-de-obra migrante nordestina, os candangos.
Ú  Planejamento da construção feito pelo arquiteto Oscar Niemeyer e o urbanista Lúcio Costa.
Ú  Forte resistência da UDN e proposta de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, por Carlos Lacerda.
Ú  Inauguração em 21 de abril de 1960.
CONSEQUÊNCIAS
Ú  O desenvolvimento industrial: entrada no país de um grande número de fábricas estrangeiras ( instrução 113).
Ú  Conseqüências:
Ú  Inflação acelerada, baixa do salário real e aumento do custo de vida.
Ú  Desvalorização internacional do cruzeiro e valorização do dólar.
Ú  Empobrecimento das camadas populares.
Ú  Investimento desigual no desenvolvimento regional: criação tardia da SUDENE.
Ú  Ausência da reforma agrária, impedindo a abertura de novos mercados para a expansão industrial.
Ú  Desnacionalização da indústria e alienação da burguesia brasileira.
Ú  Criação de deficits nas trocas cambiais pela evasão contínua de dólares.
Ú  Disparidades entre o crescimento da produção per capita com a renda per capita.
Ú  Penetração dos capitais americanos na economia nacional, impedindo a expansão dos negócios brasileiros com países socialistas e democracias populares.
Ú  Abandono das ferrovias e dependência as rodovias e uso de derivados do petróleo.
JK REPRESENTOU UMA RUPTURA?
Ú  Procurou conciliar bandeiras comuns aos nacionalistas e antinacionalistas./ Aprofunda práticas de intervencionismo estatal.
Ú  Abre a economia brasileira para os investimentos estrangeiros./ Conserva traços populistas.
Ú  Institui a associação de empresas privadas brasileiras com multinacionais e estatais: política nacional-desenvolvimentista.
Ú  Adoção da produção de automóveis como principal setor do processo de industrialização: a “civilização do automóvel” em detrimento da ampliação  de meios de transporte coletivo para a grande massa.
Ú  Aumento da importação dos insumos industriais responsável pelo progressivo endividamento externo do Brasil./ Facilitação na remessa de lucros para as matrizes.
Ú  A curto prazo, o modelo industrial de JK foi um sucesso com taxas de crescimento de até 10% ao ano.
Ú  Ampliação das rodovias, hidrelétricas e da indústria pesada.
Ú  Expansão da fronteira agrícola em direção à Goiás e Mato Grosso, o que ocasionou o extermínio de grupos indígenas.
A ASCENSÃO DE JÂNIO QUADROS

Ú  Derrota do general Lott: como continuador da política de desenvolvimento anti-popular de Juscelino e a “derrama de dinheiro” associada às promessas concretas feitas pelos janistas.
Ú  Pela primeira vez na história política nacional, a oposição ganha uma eleição no plano federal.
Ú  Jânio foi eleito pelos grupos mais ricos da sociedade brasileiro e com o apoio das camadas populares.
Ú  O anticomunismo e a retórica moralista muito agradavam os setores da UDN.
Ú  Recebeu suporte dos representantes do capital estrangeiro e da maior parte do proletariado.
Ú  Analisando a eleição de Jânio, percebe-se que o povo  votou contra a inflação, o custo de vida, a corrupção e a política de desenvolvimento unilateral.
Ú  A aliança da UDN com o candidato configura-se como uma tentativa de chegar ao poder ou derrubar o PSD.
O GOVERNO DE JÂNIO

Ú  Vitória esmagadora com 50% dos votos a mais do que Lott e 150% a mais do que Ademar de Barros.
Ú  A participação da UDN é limitada: o presidente governa sem consultar a coligação que o elegeu e convida para compor o ministério inimigos políticos dos udenistas.
Ú  Dentro do exército, promove os grupos anti-nacionalistas e chama o Congresso de “clube de ociosos”.
Ú  Implanta uma política econômica cautelosa: forte desvalorização cambial, contenção de gastos públicos e da expansão monetária. Redução dos subsídios para a importação do trigo e do petróleo o que elevou em 100% o preço do pão e os combustíveis.
Ú   Opta pelo não-alinhamento com os Estados Unidos.
Ú  Valoriza acordos comerciais com os países do bloco comunista; condecora Che Guevara com a Ordem do Cruzeiro do Sul, numa aproximação com Cuba.
Ú  Decreta a proibição do uso de biquínis, do lança-perfume e o fim das brigas de galo.
Ú  Combinou medidas simpáticas à esquerda com medidas simpáticas à direita.
Ú  Aproveitando da ausência do vice-presidente João Goulart, anuncia a renúncia.
A RENÚNCIA DE JÂNIO

Ú  Política externa independente e simpatia pela reforma agrária.
Ú  Discurso de Lacerda denunciando uma  tentativa de golpe janista articulado pelo ministro da Justiça, Oscar Pedroso Horta.
Ú  O presidente Jânio Quadros renuncia em 25 de agosto de 1961. Jânio não esclareceu os motivos para a renúncia, culpando as “forças ocultas” pela sua medida.
Ú  O objetivo do presidente era forçar uma intervenção militar e a instalação de um governo forte e sem limites.
Ú  primeiro, operar-se-ia a renúncia; segundo, abrir-se-ia o vazio sucessório – visto que a João Goulart, (...), não permitiriam as forças militares a posse, e, destarte, ficaria o país acéfalo; terceiro, ou bem se passaria a uma fórmula, em conseqüência da qual ele mesmo emergisse como primeiro mandatário, mas dentro do novo regime institucional, ou bem, sem ele, as forças armadas se encarregariam de montar esse novo regime...”
Ú  O vice-presidente encontrava-se em visita diplomática à China.

BIBLIOGRAFIA
Ú  BASBAUM, Leôncio. História Sincera da República. São Paulo: Alfa-Omega,1991. p. 221-249.
Ú  FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2007. p. 419-443.
Ú  PRIORE, Mary Del. VENÂNCIO, Renato Pinto. O livro de ouro da História do Brasil. Rio de janeiro: Ediouro, 2001. p. 342-348.


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