Em 1492 as caravelas da frota do italiano Cristóvão Colombo avistaram a área que hoje compreende o território do Haiti e da República Dominicana. No século XV a região era habitada por povos nativos de diferentes etnias que foram dizimados pelo colonialismo espanhol.
O sistema mercantilista exigia a implantação de um modelo produtivo conhecido como plantation, assim foi introduzida a monocultura na ilha juntamente com o trabalho escravo de origem africana. Estes elementos são essenciais para uma compreensão sobre o atraso econômico da área e a pobreza generalizada de sua população.
Na sua história política e econômica, o Haiti conheceu a dependência ao mercado externo e a relação estrita com primeiramente a Espanha, em seguida, a França e finalmente uma parceria com os Estados Unidos. Levantes, rebeliões, golpes de estado, ditaduras fazem parte da história do país que se balançava numa democracia extremamente tênue e mantida graças às forças militares de vários países, incluindo o Brasil.
Mas nesta semana os haitianos foram sacudidos por um evento que estava além de todas as estruturas pensadas e elaboradas ao longo do tempo: um terremoto de 7 pontos na escala Richter. Agora o equilíbrio ficou ainda mais distante.
A dimensão da tragédia e as perdas humanas e materiais comovem todos que acompanham o noticiário, mas o que mais me choca diante da catástrofe natural é a pouca responsabilidade social que os países desenvolvidos demonstram neste momento tão dolorido para uma nação em escombros. Espanha e França, antigas metrópoles da região enviam migalhas para amenizar uma dor e uma fome de proporções dantescas. Será que esqueceram tudo que foi escrito nas páginas da história?
Não estou enfatizando que a culpa pelo terremoto recaía sobre algumas nações européias, nem às crenças religiosas de origem africana, como apontou o infeliz pastor americano, trata-se de ajuda humanitária para um povo que teve muito de sua dignidade e humanidade roubada ao longo do tempo em guerras intestinais e lutas fraticidas, sendo muitos destes conflitos iniciados pela presença estrangeira na região.
Nada pode nos dar uma dimensão precisa das dificuldades que já existiam no Haiti e que agora foram drasticamente pioradas após os tremores.
Irônico é que na semana dos festejos natalinos, estava em um centro de compras da cidade acompanhando um casal de amigos idosos, quando vimos um moço vestido de papai noel e acompanhado por uma bandinha. Seu Antonio olhou toda aquela animação e disse: É natal aqui, mas no Haiti, será que tem natal? E ficamos ali alguns minutos em silêncio. Eu pensando o quanto o Haiti estava longe e pouco preocupada com algum tipo de engajamento político.
Mas o Haiti é bem ali. Cabe a cada um fazer sua parte para ajudar os outros na busca pelo equilíbrio diante de tantos abalos.
A Embaixada do Haiti recebe doações na seguinte conta: Banco do Brasil. Ag. 1606.3. Conta. 91.000-7. O Care internacional do Brasil disponibiliza esta conta para depósito: Banco Real/Santander. Ag. 0373. Conta. 5756365-0
Um comentário:
gostei do teor dos textos, entretanto creio que sua escolha de templates não foi muito feliz.
essa cor é cansativa, fundo claro e fontes não tão claras, mas da mesma familia so fundo prejudicam muito a vizualização e leitura de seus textos.
espero ter ajudado.
bjus ontem, hj e sempre
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