terça-feira, 14 de maio de 2013

Quem vai vigiar e quem vai punir: violência e crime no RN

É impressionante a escalada da violência no estado, especialmente na cidade de Natal. As polícias civil e militar não conseguem segurar a onda de crimes que devasta nossa cidade e atinge nossas famílias e amigos. Para mim, a solução é o aumento e treinamento dos efetivos, novos equipamentos e viaturas, mas enquanto os potiguares pagam aos bandidos com seu dinheiro e alguns, com sua vida, a governadora investe numa copa que é para todo o mundo, menos para os norte-riograndenses. O clima de desconforto e insegurança é tão grande que não podemos nos consultar nas clínicas da capital, frequentar os restaurantes ou até mesmo passear nos grandes shoppings sem a ameaça de um roubo, assalto ou até detonação de uma bomba.


Enquanto milhares de homens e mulheres desejam servir ao seu estado combatendo a violência que se instalou desde os últimos três anos, a governadora despreza os apelos e os dados crescentes e não realiza a abertura de um concurso para ambas as polícias. Já passou da hora da sociedade civil mobilizar-se e exigir mudanças na política de segurança pública do estado imediatamente. Não podemos de forma alguma continuar presos em nossas casas, enquanto os verdadeiros infratores estão livres e podem agir sem qualquer embaraço.


A indignação tomou uma proporção grande, entretanto o foco foi desviado para a ação dos menores infratores dando origem a um movimento que exige a redução da maioridade penal. Não precisamos fazer uma conta complexa para entender que o sistema prisional brasileiro não possui estrutura suficiente para abrigar mais pessoas. Lutar para que jovens delinquentes de 16 anos tenham o mesmo tratamento que os outros bandidos é combater o mal de forma superficial e promover sua expansão.


Precisamos lutar por uma escola de qualidade e de tempo integral, lugar de aprendizagem e de vivências positivas. Com as crianças e adolescentes fora das ruas, becos e vielas, certeza que teremos uma geração diferente da que foi gestada desde a aprovação do ECA. Precisamos pensar em soluções de longo prazo e fazer de tudo para que a mudança seja instalada. Vamos pedir por mais escolas, mais áreas de lazer, mais policiamento, combate direto às drogas e mais garantia dos direitos do cidadão, entre eles, o mais importante: o direito à vida. Afinal, se a população carcerária aumenta de forma exponencial, quem vai vigiar e quem vai punir?

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