sábado, 3 de dezembro de 2022

Final do ano: Em busca de sentido

 Final do ano: em busca de um sentido.

Quando chega o final do ano, muitas pessoas acabam se sentindo mais tristes e melancólicas, seja por causa de perdas sofridas ou até mesmo pela incapacidade de encontrar um propósito para definir o ano que passou e o que virá.

É algo que está presente em todas as camadas sociais e faixas etárias e revela a dificuldade de muitas pessoas em entender o sentido da responsabilidade sobre sua própria existência.

Foi o psiquiatra judeu Viktor Frankl quem melhor se debruçou sobre a falta de sentido que os sujeitos sentem e após sua experiência pessoal dolorosa em um campo de concentração durante a ascensão da extrema direita na Alemanha, ele pôde construir uma teoria que explica a relevância de todo mundo buscar o sentido para a sua própria vida.

Para Frankl, encontrar o sentido da própria existência é uma busca interna e que pode ser alicerçada a partir do otimismo e pela crença na vida. Dizer SIM para a vida é essencial para que possamos desfrutar o hoje e nos afastar do fio da morte.

E como é possível o encontro com o sentido? Para o médico, ter um alvo no futuro é fundamental, mas devemos lembrar da nossa finitude e ressignificar cada oportunidade, aproveitando o presente.

Desta forma fica evidente que a busca pessoal pelo sentido deve ser a primeira motivação de nossas vid as.

E quando o sofrimento chega? Primeiro precisamos lembrar que sofrer é condição de nossa existência, mas a forma como reagimos ao sofrimento é que define se estamos doentes ou apenas frustrados.

E dito isto, vale destacar que a responsabilidade pelo nosso bem estar é essencialmente nossa, por isso que devemos saber identificar os sinais que nos mostram quando estamos adoecendo e buscar a ajuda especializada ou o suporte mais adequado para cada situação dolorosa que estamos vivendo.

Ter um sentido para a vida é condição para nossa humanidade e assim necessitamos decidir qual monumento estamos construindo para a nossa existência.

Viktor Frankl revela que ser uma pessoa livre também exige que sejamos responsáveis sobre nosso bem estar, e mesmo sendo paradoxal, é fundamental que a gente compreenda que no nosso horizonte, sempre haverá dor, culpa e morte. Mas cabe a cada um de nós decidir como reagir diante de cada elemento dessa tríade da existência humana.

O vazio existencial é como um ímã e pode nos arrastar para a depressão, para a agressividade ou até mesmo para as drogas, e aqui entendam tudo que pode lhe prejudicar e estragar seus relacionamentos. Daí a relevância da gente construir um relacionamento mais afetuoso conosco e cuidar de nossas prioridades, porém pensando no propósito da gente existir nessa linha do tempo ao lado dos que estão na caminhada.

Então, se a tristeza bater na sua porta neste mês considerado cheio de esperança para muitos, busque observar a origem desse sentimento e caso ela se mostre apenas uma camada de algo mais profundo, busque caminhos, parceiros e curas para assim seguir fazendo o seu melhor, hoje em 2023 e sempre.

Forte abraço.

Andreia Mendes

Referência:

Obra- Em busca sentido de vida.

Autor: Viktor Frankl.

Editora: Vozes


quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Como podemos celebrar o Bicentenário da independência do Brasil?

Como podemos celebrar o Bicentenário da Independência do Brasil?
No ano de 2022, o Brasil celebra o bicentenário da sua independência politica. Este evento teve suas origens nos movimentos políticos e nas revoltas coloniais que exigiam a separação da metrópole portuguesa, como a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana e nas mudanças provocadas na Europa, com o advento de Napoleão Bonaparte e sua politica expansionista, o que obrigou a Corte Portuguesa a se transferir para sua colônia na América, dando início ao processo de emancipação do nosso país, com a abertura dos portos às nações amigas e elevação do Brasil à categoria de Reino Unido à Portugal e Algarves.  
Foram muitas as transformações políticas, econômicas e culturais vivenciadas pelo país, a partir do ano de 1808, especialmente na cidade do Rio de Janeiro que se transformou na segunda capital do território, durante a permanência do então rei Dom João VI e sua família.
Mesmo com a presença da Corte portuguesa, os brasileiros permaneceram no sonho da independência através dos movimentos sociais que deram origem à Revolução de 1817, com a participação ativa da província do Rio Grande do Norte, nas figuras de André de Albuquerque e Maranhão e do Padre Miguelinho. Porém com a derrota de Napoleão Bonaparte e o restabelecimento das antigas monarquias europeias, criou-se um movimento em Portugal que exigiu o retorno do Rei, que indicou seu filho Pedro de Alcântara para permanecer como príncipe regente do nosso território.
Com as pressões para retorno do príncipe regente para Portugal, o mesmo decidiu permanecer e declarou no dia 09 de janeiro de 1822, o Dia do Fico, selando dessa forma a ruptura com o desejo das cortes portuguesas que almejavam colocar em prática o projeto de recolonização do Brasil. A declaração da independência política de Portugal veio com o marco do evento ocorrido nas margens do riacho do Ipiranga, na então província de São Paulo e que consolidou a ruptura com a antiga metrópole e o início de nosso processo de emancipação política e nascimento de uma nova nação.
 Como exposto acima, o processo de independência do Brasil se consolidou através de décadas de lutas, da atuação de diferentes sujeitos sociais e de movimentos políticos, além da consolidação de um projeto encabeçado por Dom Pedro I juntamente com as elites nacionais da época.  Neste Bicentenário da Independência do Brasil, é tarefa nossa tratar dessa construção através do desenvolvimento da consciência histórica, procurando problematizar o evento da independência do Brasil, na perspectiva de se elaborar uma compreensão crítica deste importante evento.

Referências bibliográficas:
FERREIRA, Marieta de Moraes. OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. Dicionário de ensino de história. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2019.
PRIORE, Mary Del. VENÂNCIO, Renato Pinto. O livro de ouro da História do Brasil. Do descobrimento à globalização. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
REZZUTTI, Paulo. D. Pedro IV. A história não contada: o homem revelado por cartas e documentos inéditos. Alfragide, Portugal: Casa das Letras, 2016.
SILVA, Kalina Vanderlei. SILVA, Maciel Henrique.  Dicionário de Conceitos Históricos. 3. Ed. São Paulo: Contexto, 2013.

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